Tenho uma tesoura na mão, não me lembro de todas as coisas que já passaram pela sua navalha, é arriscado até de esquecer que ela se chama tesoura, sempre é... No meu pé eu tenho pequenos alfinetes, que mantenho e colho a cada novo ano... Na minha cintura eu tenho um relógio, onde sempre procuro trocar as pilhas cuidadosamente, não porque temo que ele pare, mas, porque sei que alguém sempre vê. Eu preciso de tudo o que eu: tenho.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Fui pro outro lado da Cidade...
Quando você passa a maior parte do dia que você acredita ser seu e que descobre estar enganado quando olha para o relógio, preocupado ou despreocupado com as pessoas, algo de muito ruim acontece, em algum lugar.
Na manhã fria e cinza de hoje, quando deixei meu travesseiro com suas formas definidas no mundo onde não se usa definições, neguei o próprio desejo de sentir o cheiro de uma xícara de café quando lembrei que no dia anterior meu casaco diário ganhou um banho de alguma mão trêmula do mundo de definições. Até porque o café fica mais gostoso quando não se tem bolachas Maria murchas. O banheiro continuava o mesmo, hoje com mais alguns fios de cabelo pelo chão branco e molhado por onde se concentra a água que vaza pelo cano da pia toda vez que se liga a torneira.
Sem café e cheirando café, eu até esqueço daquilo que as pessoas chamam de problemas quando eu sinto o vento gelado na minha pele, quando não posso ver nenhum carro, cachorro ou alguém me olhando, me seguindo ou simplesmente andando do meu lado. Mas as pessoas olham, e andam, e sentam ao lado, e levantam, e puxam a cordinha, e desembarcam e novamente encontram alguém com o olhar e repetem tudo.
E no mundo de definições eu sou uma pessoa.
Repetir coisas em algum momento cansa, e se não cansa, cansa aos outros, e se não cansa aos outros então você não existe. A manhã cinza de hoje estava ficando amarela e como todo o amarelo, queimava! Podia arder sem interessar quantos casacos com café eu possuía. Eu sabia disso, e podia ver, mas sabia também que o que mais me incomodava naquele momento era não me surpreender.
Querer se surpreender não é estar sendo surpreendido, você não precisa achar que vai se surpreender entrando em um blog e lendo um texto que relate o dia de um qualquer em uma Cidade mais qualquer ainda, talvez você se surpreenda muito mais na escola com alguma professora chamando sua amiga de “ sem escrúpulos” ou algo parecido. Então, se quiser se surpreender crie alguma coisa, ou ate mesmo jogue café em alguém que você acha que pode ser melhor que você, fure a mão de alguém ou a orelha se você coloca piercing, passe mais manteiga no pão e não tenha medo de engordar por isso, não é nenhuma obra de arte mas vai fazer alguém em algum lugar não gostar!
Monique Cescon
Na manhã fria e cinza de hoje, quando deixei meu travesseiro com suas formas definidas no mundo onde não se usa definições, neguei o próprio desejo de sentir o cheiro de uma xícara de café quando lembrei que no dia anterior meu casaco diário ganhou um banho de alguma mão trêmula do mundo de definições. Até porque o café fica mais gostoso quando não se tem bolachas Maria murchas. O banheiro continuava o mesmo, hoje com mais alguns fios de cabelo pelo chão branco e molhado por onde se concentra a água que vaza pelo cano da pia toda vez que se liga a torneira.
Sem café e cheirando café, eu até esqueço daquilo que as pessoas chamam de problemas quando eu sinto o vento gelado na minha pele, quando não posso ver nenhum carro, cachorro ou alguém me olhando, me seguindo ou simplesmente andando do meu lado. Mas as pessoas olham, e andam, e sentam ao lado, e levantam, e puxam a cordinha, e desembarcam e novamente encontram alguém com o olhar e repetem tudo.
E no mundo de definições eu sou uma pessoa.
Repetir coisas em algum momento cansa, e se não cansa, cansa aos outros, e se não cansa aos outros então você não existe. A manhã cinza de hoje estava ficando amarela e como todo o amarelo, queimava! Podia arder sem interessar quantos casacos com café eu possuía. Eu sabia disso, e podia ver, mas sabia também que o que mais me incomodava naquele momento era não me surpreender.
Querer se surpreender não é estar sendo surpreendido, você não precisa achar que vai se surpreender entrando em um blog e lendo um texto que relate o dia de um qualquer em uma Cidade mais qualquer ainda, talvez você se surpreenda muito mais na escola com alguma professora chamando sua amiga de “ sem escrúpulos” ou algo parecido. Então, se quiser se surpreender crie alguma coisa, ou ate mesmo jogue café em alguém que você acha que pode ser melhor que você, fure a mão de alguém ou a orelha se você coloca piercing, passe mais manteiga no pão e não tenha medo de engordar por isso, não é nenhuma obra de arte mas vai fazer alguém em algum lugar não gostar!
Monique Cescon
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